Bem na hora em que te vejo, mulher, és flor
Envolta nas curvas de um vestido de prata.
Se meus braços te perseguem é porque, grata,
Recebeste em paz meu desejo e meu ardor.
Retira as vestes, atrevido destemor!
E deixa que minhas mãos percorram a mata
Do que já deste para mim, em prenda incauta.
É quando eu vejo a aurora debruar de cor,
Depois dos embates, em plena noite túrgida,
O desenhar-se, em nítida aquarela, do tema.
Em mananciais de luz, bordados na tez cândida,
Resolve-se, em tua pele, o breve teorema:
Ao envolver teu corpo em densa forma, esplêndida,
Um raro silêncio enlaça a névoa do poema...
Francisco Settineri.
3 comentários:
Esse lindo poema possui sensualidade, romantismo e sedução. Exatamente o que muitas pessoas almejam.
Você consegue demonstrar através da escrita.
Parabéns, Francisco!
Obrigado. Estudo a ser completado apenas no encontro.
Lindo soneto sensual!
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