Em minha noite entraste, cálida e serena,
E nem meu sonho mais audaz já desconfiava,
Que, desde sempre, era minh’alma tua escrava
E preparava uma gentil aurora amena.
É que pisaste um vasto chão, descalça e plena
E em minha porta tu não encontraste aldrava;
Cansado coração, que se desatinava,
Que nem imaginara haver est’outra cena.
O meu amor por ti foi arte de um instante,
Mas esse breve tempo, eu sei, foi derradeiro;
Se em apertados braços eu me fiz amante,
De tuas doces mãos tornei-me o prisioneiro...
E o teu rosto se abriu, estrela fulgurante,
Só de olhar pra mim e ter-me por inteiro!
Um comentário:
Muito bom!
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