São as nuvens. Elas me contam de um passado
De pequenez e da distância. No vazio
Esfiapado da memória eu sinto o frio
E minto, frente ao espelho, de estar enlevado...
O manto de um velho fantasma empertigado
Me assusta. E me provoca ao mesmo arrepio
Trazido na noite da infância pelo pio
Da coruja, em agudo véu mal-assombrado!...
Em tristeza, arrebol e no arrebatamento
Da saudade que vaga, inútil, no mistério,
O coração perdido chora num lamento
Coa memória coalhada de cemitério.
Repousa no orvalho o mais simples, vão tormento
A se entregar a seu enredo, em seu império!
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