segunda-feira, 26 de março de 2012

Soneto da Ausência




Nosso tempo de canção me foi tão avaro
E entre um passo de dança e outro passo de dança
Foi todo um compasso que me veio à lembrança
E deixou numa noite esse vil desamparo.

Aperto no peito, na boca um travo amaro!
Se na doçura dos olhos eu fora criança,
Na espessura das trevas é o tormento que avança
Nas noites insones que em desespero varo.

No mais, saber que restou o nada por diante
Que habita o terreiro que a saudade perfura...
Ah! Saber hoje que a tua pele está tão distante!

Falta de tomar teus cabelos com ternura,
Ver o brilho vivaz em teu olhar radiante,
Espécie de morte que a tua ausência inaugura...

Francisco Settineri.

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