domingo, 13 de maio de 2012

Soneto de Tanto Amar




Ah, Senhora, quero-te tanto, tanto,
Na renúncia eterna dos meus olvidos;
Se não fossem moucos estes ouvidos
Teria escutado logo o teu canto.

O manso anoitecer espalha o manto
E aplaca os meus tão cansados sentidos.
Pois se tenho os olhos assaz feridos
Cansados estão de tanto quebranto.

Que os deuses me livrem dessa tortura
Que a saudade dorida representa.
Essa presença em tua ausência, agrura,

Da fome do teu corpo se alimenta.
E só me dilacera e não tem cura,
Invade toda a noite e me atormenta!


Francisco Settineri.

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