sábado, 26 de maio de 2012

Soneto do Cativo


Olha para mim não com teus olhos de dona
Como se de outrem pudesse ser cativo,
Como se houvera, enfim, algum outro motivo,
Que não o de teu belo ser, que me apaixona...

Lembrança tua, eterna, nunca me abandona
E nunca serei de tuas mãos um fugitivo:
Jamais encontro, sequer, algum lenitivo
Pr’essa dor de amar que, furtiva, me impressiona!

Olha para mim com a alma que pressente
O quanto em versos tristes eu te comemoro,
E tanto que murcha, de tuas mãos ausente,

O coração que devotei a ti, que adoro.
Pois é só o que peço a teus olhos, mansamente,
Olha de novo para mim, sublime, imploro!

Francisco Settineri.

Um comentário:

Susana V disse...

Muito lindo :)
Grande simplicidade e ternura com que escreve seus versos.
Gostei bastante do seu blog. Parabéns e boa continuação nas asas da inspiração

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