sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Iluminação




No canto, a voz suave a prometer-te
O que em gesto audaz a mão ensina,
Estendo às tuas mãos um ramalhete,
E o olhar, esse indiscreto, descortina

Um raio de luar em teu corpete...
Sorriso na feição de uma menina
Que a vida deu a mim como um banquete,
Segura, na intenção mais cristalina

De não deixar o leito dos sentidos
Sem aguçar a febre com que ardo
Com gestos a julgar tão distraídos...

O ventre dessa dor despoja o fardo,
Os véus, cada vez mais, se veem rompidos
E louca a lira ao léu do velho bardo!


Francisco Settineri.

Nenhum comentário:

O SOM DO SILÊNCIO

.   Fim da tarde, o sol se esconde, E, por fim, a lava escorre Deste Etna que não morre, E que vai não sabe onde... . O fogo parece fronde. ...