No canto, a voz suave a prometer-te
O que em gesto audaz a mão ensina,
Estendo às tuas mãos um ramalhete,
E o olhar, esse indiscreto, descortina
Um raio de luar em teu corpete...
Sorriso na feição de uma menina
Que a vida deu a mim como um banquete,
Segura, na intenção mais cristalina
De não deixar o leito dos sentidos
Sem aguçar a febre com que ardo
Com gestos a julgar tão distraídos...
O ventre dessa dor despoja o fardo,
Os véus, cada vez mais, se veem rompidos
E louca a lira ao léu do velho bardo!
Francisco Settineri.
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