domingo, 26 de agosto de 2012

Miragem



Do meu olhar faminto foste a presa,
Na entrega e lassidão com que te deste,
Em corpo envolto e posto sobre a mesa
Um fio de amarras brancas foi tua veste.

Mas vertes pelo ar tanta beleza
Que agora não há verso que se preste
Ao que há de belo e vário na surpresa
De ver nascer a flor no rude agreste.

Não houve nódoa, eu sei, na mansa alvura
E as quentes brisas ferem a miragem
E ofertam a teus pés toda a ventura

Da vida em que só estamos de passagem:
Eu lanço a ti a prece que emoldura,
E gravo em teu contorno a tua imagem!


Francisco Settineri.

4 comentários:

Lua Singular disse...

Olá Francisco!
Lindo poema!
Vou roubá-lo como presente do meu niver.
Ainda tem bolo no blog
Venha pegar o seu pedaço
Beijos
Lua Singular

Francisco Settineri disse...

Obrigado, Dorli! Feliz aniversário. Ótimo, o bolo!!!

rosa-branca disse...

Maravilhoso soneto meu amigo que adorei. Beijos com carinho

Gonçalves Reis disse...

Caro Francisco,parabéns pelo magnífico soneto. Bem escrito com rimas ricas, metrificação e ritmo perfeitos. Uma delícia de ser lido! Abraço do Gonçalves.

O SOM DO SILÊNCIO

.   Fim da tarde, o sol se esconde, E, por fim, a lava escorre Deste Etna que não morre, E que vai não sabe onde... . O fogo parece fronde. ...