quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Soneto Dolorido




Limpei dessa vacância o rosto incerto,
Das tulhas da emoção a hera morta
Clepsidra que se esvai, não mais importa
Se a noite já avançou e estou desperto.

Doídas as distâncias no deserto,
Assombram-me as esperas nesta porta
Destila-se a fumaça na retorta,
Fantasmas infernais que estão por perto!

Geômetra do tempo, eu vi agora
Segundos a correr, os kamikases
E o dia assim cansado vai-se embora

Mirando a Lua tola em suas fases:
É insana essa sintaxe que me atora
E a falta dolorida que me trazes!


Francisco Settineri.

2 comentários:

Bípede Falante disse...

saudade é irmã da loucura!

beijoss :)

Dulce disse...

Francisco, como sempre, sabe transformar em versos sentimentos profundos e intensos. A sua poesia provoca sempre um remoinho na alma.
Obrigada pela magia!

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