segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Centauro



Indaga os céus a ímpia mão que afronta
Dos cascos decididos o eco forte
Ao escapar do desnorteado corte
Que a adaga lhe prepara como conta.

Discípulo do olhar que sério ensina
A desprezar a lassidão travada
Deteve a emoção desenfreada
No inerme caos da inóspita ruína...

Da vastidão o nítido consorte
Sucede ao nímio ardor pela aventura
Insânia e temporal que não têm cura
Cravado ao nervo o aguilhão da morte!

Ginete do atropelo em campos vastos
Coberto de altivez nessa amplitude
Impacto e explosão, eis que amiúde
Espalham-se ao luar os pelos bastos...

Então ele se avulta no tormento
Que é, na busca que a si mesma gera,
Seguir o rasto dessa escura fera
Memórias apagadas pelo vento...



Francisco Settineri.

O SOM DO SILÊNCIO

.   Fim da tarde, o sol se esconde, E, por fim, a lava escorre Deste Etna que não morre, E que vai não sabe onde... . O fogo parece fronde. ...