sábado, 31 de agosto de 2013

Ofertório




Névoa que desfaz um tosco eu em cinzas,

Ao não ser então mais do que essa outra bruma

No discreto olhar que até que enfim se apruma

E volta invertido pela correnteza...



Plano que devolve o nada que desprezas,

Resto especular do nexo que se esfuma

Preso na ciranda ao deixar-se, em suma

Mal se abandonar à morte sem grandeza!



O calor de ontem hoje busca um norte

Que nos faça dois nas núpcias deste drama

E que lance as marcas de um abraço forte,



Sulco milenar em repetida trama:

Peso mineral que o horizonte entorte,

Vento sideral que lento se esparrama...



Francisco Settineri.

Um comentário:

Cristina Lebre disse...

Lindo, muito bom, Francisco, sou sua fã, saudações poéticas, bjs

O SOM DO SILÊNCIO

.   Fim da tarde, o sol se esconde, E, por fim, a lava escorre Deste Etna que não morre, E que vai não sabe onde... . O fogo parece fronde. ...