quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Caverna


(a Ângelo Luís)


O olhar que engole as grades e parece
Não caber na fraca luz e a dura cama
Faz gelar o que é do sonho e escreve o drama,
Teoremas espectrais que a treva tece...

Pois de haver tão perto assim o que hoje cresce
Nos escárnios do trovão que se reclama
Dessa estaca pontiaguda, augusta flama
Nascerá no rosto a paz que se entristece...

No rigor da extensa ausência, na miséria
Que profere, dos recônditos da lama
A algemada solidão em sede inglória,

Mil volutas e protestos e proclamas:
O poeta come as pedras da vitória,
Noite longa sem ternura e amor sem dama!


Francisco Settineri.

sábado, 19 de outubro de 2013

Pacto



Um dia enfim a calma e a esperança

acharam de viver no mesmo teto,

a vida com outra vida assim se trança

e o filho engendra um filho e tenho um neto

que se fez esperar, ardor dileto

e alguém, além de mim, tem na lembrança!


Francisco Settineri.

O SOM DO SILÊNCIO

.   Fim da tarde, o sol se esconde, E, por fim, a lava escorre Deste Etna que não morre, E que vai não sabe onde... . O fogo parece fronde. ...