quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Soneto atordoado





Mulher, que me deixaste a tua marca
No espanto de poemas de improviso
Foi doce dividirmos tanto riso
Fizemos da palavra uma comarca!

E assim a madrugada já se enxarca
De ardor que me deixou tão impreciso,
No amor que provocaste sem aviso
Nas rotas da emoção em que me abarcas!

Eu sei que eu afundei mais do que penso
No olhar que me causou tanto erotismo
Te amar assim demais me torna intenso,

Dedico a ti momentos de lirismo:
Eu guardo, perfumado, o teu lenço,
Mergulho, então, calado em teu abismo!


Francisco Settineri.





Fugitiva




Quantos versos eu fiz pra te encantar
E sonhei em cantar em tua janela,
Dama, o quanto eu vi que tu eras bela
E as promessas que eu li em teu olhar!

Foi manso que hoje eu acordei mais cedo
E delirei com a presença a meu lado
Daquela que deixou atordoado
O sonho, o coração, engano ledo!

Eu seguirei te amando a cada vez
Que lembrar da tua cor e tua presença:
Espero, tatuada, a sentença
Nudez do meu silêncio, como vês!


Francisco Settineri.

O SOM DO SILÊNCIO

.   Fim da tarde, o sol se esconde, E, por fim, a lava escorre Deste Etna que não morre, E que vai não sabe onde... . O fogo parece fronde. ...