Blog de poesia porto-alegrense. Poemas de Francisco Settineri. Thanks ever so much!
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
madrugadas
eu crio silêncios como quem cria noites escuro solidão esquecimentos...
Francisco Settineri.
terça-feira, 13 de janeiro de 2015
um louco passa cantarolando pela rua
cantarola
sua saudade
e a solidão da morte
que vai vir
a criança dá uma gargalhada
ela tem mais tempo
vozes nos edifícios do bairro
fervor de rezas
ritmo
jornais guardados
tempo esquecido
ouço vozes baixas
velhos que esquecem
e gargalham as crianças
o mundo silencia
lentos
os automóveis
a vez que houve
o desamparo
Francisco Settineri.
domingo, 4 de janeiro de 2015
mansa espera
a minha amada tem sorriso leve
que a vida estreita em total silêncio
despe-se lenta em meu claro início
e eu me inauguro em vida mais breve.
a namorada de quem nunca atreve
roubar um beijo, ainda que fictício
constrói no peito o maior suplício
de quem não sabe se ainda deve
rasgar o selo e devotar a lira
de quem se entrega, náufrago e dormente
pronto pro fim que dessa vida tira
o ornamento, néscio, impertinente!
a namorada que no leito inspira
a minha mão, feita de riso ardente!!!
Francisco Settineri.
sexta-feira, 2 de janeiro de 2015
Afago
Amo-te ébrio, e de um amor crescente
Que se dá todo e sempre com vontade,
E desse amor o mais que houver, restante,
Vou te querer, com mais intensidade.
Amo-te tonto, feito uma vertente,
Que o meu amor é sempre sem vaidade,
Se de esperar eu quero uma semente,
Irei além, com mais diversidade.
Se nesta vida me tornei errante
Agora sigo, impenitente e mudo
E amo calmo, vário, em cada instante
Coisas de ti, que a cada dia estudo
Hoje eu só quero ser teu mais amante
Arrependido, se não te amei tudo.
Francisco Settineri.
Que o meu amor é sempre sem vaidade,
Se de esperar eu quero uma semente,
Irei além, com mais diversidade.
Se nesta vida me tornei errante
Agora sigo, impenitente e mudo
E amo calmo, vário, em cada instante
Coisas de ti, que a cada dia estudo
Hoje eu só quero ser teu mais amante
Arrependido, se não te amei tudo.
Francisco Settineri.
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