SOLEDADE

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 Meu coração bate acelerado,

Quando os meus olhos veem teu sorriso.

Mas eu não sou de ficar indeciso,

Impetuoso, mas descompassado.

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Longe de ti, fico desamparado,

 Eu, que muito te amei, e de improviso.

Descabelado, e fora do meu siso,

Sonho mais com um retorno arrojado.

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Quando vi tuas mãos, fiquei de olho,

Pois nos teus gestos mais do que elegantes

A grande saudade me crucifica.

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E parece haver um grande ferrolho

E que me tolhe com unhas e dentes,

Tua falta é feroz, ao que tudo indica!

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Francisco Settineri.

CONSIDERAÇÕES DIDÁTICAS SOBRE O TERMO CUNHADO POR DANIHELL TW

 .

Passeio tranquilo pela cosmipele,

Tanta lisura que precede a dor,

Acabrunhado por ser pecador,

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 Teu ameno sono, por mais que vele,

Não acalma o meu pecador amor,

Será possível que um amador

Traga consigo também sua pele?

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Mas de que é feito, enfim, o sonhocosmo,

A não ser de uma bela arquiternura,

Velar o teu sonho não é amargura

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A pele contém o seu microcosmo,

O amor que acontece não é bravura,

Mas ele constitui um doidocosmo!

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Francisco Settineri.

PASSEIO

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Este céu é lindo e a lua minguante,

Mas, quando eu tomo as tuas mãos entre as minhas,

Enlaça-se o poema em breves linhas,

Gravando a alegria deste instante.

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Um aperto de mãos assaz vibrante,

Não havia o que do céu nos detinha,

Não há amargura, nem uma pontinha

Pelo tempo em que ficamos distantes.

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O leito espera, mas esse caminho,

Ele faz parte do nosso passeio,

Constitui para nós um grande esteio

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De um amor feito com muito carinho,

Guardada a emoção em nosso seio,

Os corações postos em torvelinho!

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 Francisco Settineri.

ADEUS

 Saiu sem dizer adeus
Foi embora sem pensar
E faltou nos olhos meus

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Francisco Settineri.

INESQUECÍVEL

 .

Eu tenho as mãos calmas e muito doces,

Foram feitas para tocar tua pele,

Mas com vigor, para deixar que sele,

Sem a vontade de ter como posse.

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Pois assim, como o carinho precoce,

Trago comigo esse meu braço imbele

E o meu olhar, para cuidar que vele

O teu sono, pra fazer com que fosse

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Tranquilo, sereno como o luar.

A noite já decorre, engalanada,

No leito, tu já podes descansar,

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Pois eu tenho contigo a paz dourada, 

Impossível meu peito olvidar,

Entraste em minha vida como fada!

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Francisco Settineri.

POIS É, PRA QUE

                 À memória de Sidney Miller

 

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"O automóvel corre, a lembrança morre",

Disse esse compositor genial

Numa bela canção transcendental

Que ainda o meu coração percorre.

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O seu belo verso da lira escorre,

Em um rigor mais do que colossal,

Em uma geometria escultural

Que só acaba quando a noite morre.

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"A menina aflita ele não quer ver",

Diz o poeta em momento de espanto,

Diante do sem-sentido e do poder.

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Momento sofrido, em que seu canto

Dá conta de tudo, mas sem ceder

À "flor que tortura", pois é, pra que...

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Francisco Settineri.

THE RAVEN

 .

Lenora, sabes que sem ti não sou nada,

O teu lindo olhar, pleno de magia,

Teus lábios provocavam idolatria,

E a vida preparou uma cilada.

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Foi-se pra longe toda paz ornada,

Restou pra mim apenas chuva fria,

Sobrou-me apenas melancolia,

E uma memória mais do que dourada...

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Eu vivo presente na tua falta,

Sabendo que tu não voltas jamais.

Tu te furtaste às luzes da ribalta,

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E amanheci desolado no cais,

Pois eu olhei para as palmeiras altas,

E a ave negra a dizer: "nunca mais"!

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Francisco Settineri.

 

POETISA DISTANTE

 .

Contemplo o teu sorriso estimulante,

Sorriso que contém o teu segredo,

Eu posso ser de ti o teu brinquedo, 

Teus olhos tem um quê de cintilante.

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Eu me sinto um bardo insignificante,

A olhar pasmo e triste o arvoredo,

Pois o que eu sinto é amor e não medo.

Minha lira te pede, suplicante,

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Um pouco de atenção, uma magia,

Pois as tuas mãos tocam com a leveza,

Carinho que desponta com clareza,

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Tuas palavras, a caligrafia,

Grafam no ar a tua fantasia,

Teu canto vem a mim da profundeza!

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Francisco Settineri.

 

 

 

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