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Eu só quero de ti um doce abraço,
Pois tu tens o dom de me acalentar
Tu marcas a minh’alma com um traço
Com o sentido não elementar
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De me fazeres prender com um laço,
O que é uma maravilha a girar.
E quando afastas do cabelo um maço
Deixas minha fantasia vaguear….
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Tu tens o condão dessa maravilha
E fazes o botão se abrir em flor
Por onde andas abre-se uma trilha
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Carregada de versos e de amor
O teu perfume me lembra a baunilha
E nos teus braços eu não sinto a dor…
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Francisco Settineri.
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Jogaste um olhar lânguido sobre mim
O que converteu meu corpo à tua magia
Que mais, bardo solitário, que eu faria
Do que cantar teus dotes até o fim?
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Que eu não faria, vindo de ti um sim,
Do que amar-te, e te amar à revelia:
O que converteu meu corpo à tua magia?
Eu olho para os teus dedos de marfim,
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Carrego a minha viola pela estrada,
Pensando em como te dar um elogio
Que não seja apenas te chamar de amada?
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Mas hoje em dia, no calor e no frio,
Penso na bela canção, mais elevada,
A flutuar nos teus olhos tão de anil!
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Francisco Settineri.
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Trocamos versos como se trocam abraços,
Da forma mais triste e ainda mais singela...
De um jeito mais amante e a matriz mais bela,
Mas se os nossos abraços continuam vossos,
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Isso porque os teus olhos contém os esboços
Que são da tua alma que se mostra bela
E nua, como se a pele fosse a janela,
Que provoca em meu coração grande alvoroço.
Tu tens o condão de me dar grande alegria,
Ao desvendar o que eu tenho de pecador,
Mas esse é o meu vezo de te mostrar amor
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Com tudo aquilo que envolve lançar magia,
Colho-te no leito como se colhe a flor,
É porque tu és quente e jamais serias fria!
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Francisco Settineri.
A Efigenia Mallemont
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Efigenia, eu sei o quanto tu devias
Estar comigo neste exato momento,
Porque tu chegaste a ser o alimento,
Creio que tu és a grande fantasia
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Da sensual e modesta melodia,
Capaz de trazer pra mim o sentimento
Que teria que ter no exato momento,
Embora essas horas passem fugidias…
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Sem que essas eras sejam a teologia,
E o lugar que tu mereces como diva,
Oriunda de uma hora primitiva,
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Que mil poetas sabem como alegria,
E que queiram que sejas Musa exclusiva
De todos os cantos, versos, melodias!
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Francisco Settineri.
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Queria ter a voz e os olhos de Sinatra,
Porém é tudo o que a música abarca
Nunca escreverei poemas qual Petrarca,
E mesmo pedindo a Deus com uma carta,
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Não consigo mais que versos de aprendiz.
Eu queria compor como Sidney Miller
E tentar criar beleza sem ceder,
Mas pelo menos nesta vida eu não fiz.
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E como Pound, entender a poesia.
Fazer sonetos, como Florbela Espanca
Mas neste ponto a minha pena estanca
E não é firme, como a cantaria.
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Compor de novo a California Dreamin,
Co’ aquele vocal que atinge o estelar,
E conjugar todo dia o verbo amar,
Tempo passado, mais-que-perfeito, enfim...
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Mas tudo o que eu consegui até agora,
Neste mudo papel que essa pena fere,
Foi nada ser, but the very, very, very
Nothing but the poet Chico Settineri!!!
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Francisco Settineri.
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Como se nós dois fôssemos estranhos,
Atraídos pela mesma magia,
E somos levados pela valia,
Dos teus cabelos, em coque, castanhos.
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E o amor foi de uma forma tamanho,
Mas tomado por uma idolatria,
Que aquece o corpo, mesmo em noite fria,
Porém não chega a acordar o rebanho,
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Que, deitado, nem mesmo se enternece
E adormece no campo, sonhador,
Emudece diante dessa ternura.
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Que já chega a exalar um grande ardor!
E se enche de uma honesta bravura
Que se resume na palavra amor!
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Francisco Settineri.
