Despede-te da vida antes sofrida
Pois que é chegada a hora da risada,
E quando a noite for, serás amada
No leito em que te mostras destemida...
Mas sempre tens em mim mansa guarida,
Serás o véu da flor que se desnuda
A pele que me vem desamparada,
Que aninho em meio aos lábios desta vida!
Porque tu me mostraste o vero pranto
E eu dei à luz a paz, como um lampejo
E ouvi na dor vivaz não mais que um canto,
Prelúdio do que foi mero desejo:
Sem pejo, eu me devoto ao teu encanto,
Travessa, entre bemóis, eu te solfejo...
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