Inverno
O amor é uma dança, doce tardança
Que me deixou deitado como um som
Com que me estirou simples como um tom
Velho e tardio como uma vingança!
Pois que me deste, amada, uma confiança
Que fora pura e simples como um dom,
Porém, mais que puro, enfim, foste um bom
Fruto puro e simples da bonança!
O bardo que te ama, indecente
Não tem mais que perdão, nem muito meio
Ainda que este frio, tão de repente,
Se a velha solidão me tem mais cheio
De qualquer coisa que mais me rebente
Avulta no meu corpo o corpo alheio!
Francisco Settineri.
Blog de poesia porto-alegrense. Poemas de Francisco Settineri. Thanks ever so much!
quinta-feira, 5 de junho de 2014
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