Cheio de tristeza
Daquelas que
custam a passar
Às vezes,
passam amanhã,
Às vezes,
não passam nunca...
A velhice
vem devagarinho,
E nos deixa
desavergonhados.
Cada degrau
da escada
É doloroso
demais,
E um
escorregar pode ser uma ferida.
Uma ferida a
mais,
Parecida com
a que temos
Ao ver uma
fotografia antiga
Em que
sorríamos
E os nossos
filhos eram bebês de colo.
Lembra-te,
corpo?
Quando nas
janelas vicejavam
Os agapantos
da manhã,
E os cactos
eram rijos e floridos?
E eu tomava o
teu corpo e a tua nudez,
E nem sequer
imaginava e não antevia
A solidão de
agora.
A solidão,
amiga, é o que resta.
A solidão
foi o que ficou.
A solidão,
agora, é o meu salário...
Meu doloroso
salário!
A minha
fétida antítese!
Francisco
Settineri.
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