Louca d’amor, tão lânguida e vencida,
Nem lembra a convencida, desalmada
Que me lançava à lágrima dorida!
Agora vens tão terna e deslavada
Falar que me amas mais que a própria vida.
Hoje tu me dizes, mais que encantada
Que a tenho inteira, e fica agradecida
Se suspeitar que ainda a quero, amada.
Desejo a musa decadente, ingrata,
Já desfeita, a meus pés, mulher sofrida.
Se o meu corpo, de ti, ora se farta
Segue contigo o inferno da descida:
A dor de ser só minha inda te mata,
É assim que te quero, nua e batida!
Francisco Settineri.
3 comentários:
Um verdadeiro achado... esses belíssimos poemas!
Belíssimo soneto. Parabéns!!!
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