No raro encanto da noite serena,
Embalo-te, morena, qual menina,
Ao colo, ricas pedras de que és mina
Que eu canto como o cravo e a açucena...
Mas saem da minh’alma e vêm à pena
Os versos que pra ti a mão assina,
E quando tu te aninhas, bailarina,
De amor cruel a seta só envenena...
É doce descansar no teu regaço,
Correr as lentas mãos pelos cabelos,
Eu deixo no teu corpo um simples traço
E esqueço dos passados desmazelos:
Carinho que já beira ao devasso
No leito em que respondes aos apelos...
Francisco Settineri.
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