(a
Ângelo Luís)
O
olhar que engole as grades e parece
Não
caber na fraca luz e a dura cama
Faz
gelar o que é do sonho e escreve o drama,
Teoremas
espectrais que a treva tece...
Pois
de haver tão perto assim o que hoje cresce
Nos
escárnios do trovão que se reclama
Dessa
estaca pontiaguda, augusta flama
Nascerá
no rosto a paz que se entristece...
No
rigor da extensa ausência, na miséria
Que
profere, dos recônditos da lama
A
algemada solidão em sede inglória,
Mil
volutas e protestos e proclamas:
O
poeta come as pedras da vitória,
Noite
longa sem ternura e amor sem dama!
Francisco
Settineri.
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