.
O teu silêncio me faz cair morto,
Como as folhas das árvores de outono,
E se eu caio a dormir como sem dono,
Deitado ao léu como corpo absorto,
É porque o teu brilho me deixa torto
E pobre como Jó, mas sem abono.
Eu sei bem que te coloquei num trono,
Que me causou um sério desconforto.
O teu silêncio é o de um corpo composto,
Mas que um dia provocou alegria,
Tomada estavas na doce magia
E nada entre nós tinha sido imposto.
Hoje encantada com as pipas ao céu,
Não hás de calar a boca de mel!
.
Francisco Settineri.
Nenhum comentário:
Postar um comentário