.
Foi terrível este ano vinte e vinte,
Transtorno que me transformou em caipora,
O meu belo país agora já chora,
Pois a sonhar por toda noite o seguinte.
.
A procurar na poesia o requinte,
Nessa busca febril de uma nova aurora,
A esperar liberdade a toda hora
E a sentar ao pé da escada, qual pedinte!
.
Eu espero, impertinente, a nova mora,
Esplendor que a nota aguda desafina,
Desfrutar, e novamente, fauna e flora...
.
Não encontro pr'essa dor a sua morfina,
Quero mais que isso tudo vá-se embora
Deste ano muito aziago que termina.
.
Francisco Settineri.
Nenhum comentário:
Postar um comentário