Nosso tempo de canção me foi tão avaro
E entre um passo de dança e outro passo de dança
Foi todo um compasso que me veio à lembrança
E deixou numa noite esse vil desamparo.
Aperto no peito, na boca um travo amaro!
Se na doçura dos olhos eu fora criança,
Na espessura das trevas é o tormento que avança
Nas noites insones que em desespero varo.
No mais, saber que restou o nada por diante
Que habita o terreiro que a saudade perfura...
Ah! Saber hoje que a tua pele está tão distante!
Falta de tomar teus cabelos com ternura,
Ver o brilho vivaz em teu olhar radiante,
Espécie de morte que a tua ausência inaugura...
Francisco Settineri.
Nenhum comentário:
Postar um comentário