domingo, 18 de novembro de 2012

Anjo Torturado






Nessa torre já morou uma princesa
Em vagares de aflição e puro encanto
E se hoje a hera cresce como um manto
Ainda verte, ao luar, delicadeza...

Era pura nos seus traços a beleza,
A causar em toda a parte enorme espanto
Mas oculto era pra todos o seu pranto
Que escondia, por sua íntima fineza.

Ela só amava o mar, a inflada vela,
Não queria mais saber de um pretendente,
O seu sonho acalentado na procela

Era o céu, era o trovão, era a corrente!
A volúpia do não ser, que era só dela
Acabou nos verdes campos, que acidente!


Francisco Settineri.

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