Eu sou poeta, e tenho em meu ofício
O leve fardo de cantar em verso
O amor sereno que há nesse universo
Sem que se faça dessas letras vício.
Por isso canto, e há nesse bulício
O suave toque que me tem converso;
Fico a teus pés, mas sem orgulho, imerso
Pois que senão seria um só suplício...
Mais do que um porto, ó minha donzela,
O teu seio é um caravançarai
Onde rebrilha a mais tranqüila estrela
Que mansa, quando a caravana vai,
Um doce brilho em teu olhar revela:
Renasce o amor e enfim a noite cai.
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