Um macabro toque roça a mão que mansa
Cava a nua folha e planta o texto infesto,
Osso que retorce e crava ao chão um resto
Mausoléu no qual apenas pó descansa!
E na paz de outrora em que a memória dança
É que eu lanço agora e trôpego detesto
Cancro embalsamado em morte, hediondo incesto
Nesta que se veste em negro manto e avança...
E anda solene e agarra a vida e trança
Por sobre os seus véus, em hálito funesto,
Nós de asfixia e nuvens sem protesto
Quando expira enfim o longo ai que cansa.
Mas a terra guarda como que em fiança
O que já calou e não é mais molesto
E que é incapaz de mover mais um gesto
A não ser dar pasto aos vermes, como usança!
Um comentário:
Estupendo! Como eu adoro ler a sua poesia, Francisco!
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