Porque
tão tarde, meu amor, bates à porta?
Que
som sem eco paralisa ineptas as dores da alma?
Que
mãos de fêmea fecham as janelas, na alegria farta?
Que
som terá a voz nascente nos ouvidos, na falta?
O
carinho é dádiva em um mundo sem dragões.
Vieram
monstros, vieram soldados a me prender o corpo.
Mas nada nesta praia
me atira aos escolhos e ao campo das solidões
Porque
tenho em mim tuas mãos, tua pele, o fruto, o carpo!
E a lembrança
lancinante das madrugadas primitivas e felizes...
E
a cor de todas as primaveras, em seus cerúleos matizes
Onde nenhuma
dor a mais, por mais que fira, me alcança.
Contigo, enfim, longe da
lâmina, aguda, da lança!
Francisco
Settineri.
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