sábado, 25 de janeiro de 2014

Lembrança



Mágoa que atordoa na vida sem vaidade,
Tu foste a luz serena que não tenho mais
Vingadas as invejas que tiraram a paz,
Já ida no passado a doce mocidade...

Perdida para sempre a rua da cidade
Onde roubei-te um beijo de insano rapaz
E desse claro gesto de arroubo audaz
Ficou-se-me a lembrança que não tem idade!

Levada para longe eternamente a Dama
Na fúria do destino que corrói e vai
Ficou no peito aberto a chaga de quem ama,

O terno gosto passageiro que passou
E a parte do que faz aquilo que hoje sou,
Restou o coração com o espinho que não sai.


Francisco Settineri

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