segunda-feira, 9 de julho de 2012

Soneto da Purificação



Lavado em pura água cristalina
O rosto que impecável já se inflama,
Se um mar de resplendor o amor reclama
Eu sinto o deslumbrar, rosa menina.

Varrida da memória a velha trama,
Ter sempre um claro alvor a vida ensina,
Trilhar de novo a via peregrina
Mas nunca ver na pele marca e drama...

A luz do teu olhar rebrilha à toa,
Filtrada nos vitrais que se demoram
Em retirar da asa que revoa

As nódoas que pretéritas imploram:
Silêncio no meu céu, não mais ecoa
A voz sem vez dos véus que já se foram...


Francisco Settineri.

Um comentário:

Unknown disse...

Grande poeta e amigo Francisco. Seus trabalhos poéticos dispensam comentários pela perfeição em que são construídos, pelas mensagens elevadas e pela beleza que trazem.
De algum tempo para cá tenho recebido seus trabalhos e lei-os com muita atenção e análise.
Obrigado pelos envios.

O SOM DO SILÊNCIO

.   Fim da tarde, o sol se esconde, E, por fim, a lava escorre Deste Etna que não morre, E que vai não sabe onde... . O fogo parece fronde. ...