No
albor dessa distância dos mares
Tão
sensitivo, feito de esperança e a um tempo temor
O
poeta augura o pó do caminho das estrelas
Via
láctea como um leito linho esplendor
Que
se demora austero como a passagem das horas.
Porque
ninguém te amará como eu, sereno nas madrugadas frias
E
ouvirá as sereias e cobiçará agarrar-se a teus cabelos
No
desespero assombrado da noite grande e coalhada de orvalho
Teus
olhos brilham como esferas líquidas e solitárias.
Elas
nunca, nunca, cicatrizam,
Em
seu negrume brilhante, armado de dor.
Mas
minhas mãos, em teu silêncio, farão com que murchem os espinhos
dos cardos
Que
conheci bem antes de construirmos de mãos dadas o ansiado ninho.
E
haverá aves tétricas gritando, tenebrosos pesadelos no mar,
Ilhas
mortas de perigos horrendos e rochas sem vida
Até
que venham nítidas e flamantes as cores da manhã.
Francisco
Settineri
Um comentário:
foi um prazer visitar o seu blog com a deslumbrante poesia que já seguia através do facebook. deixo os meus parabéns e um agradecimento pelo trabalho que presta à nossa cultura. Bem haja e obrigado
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