sábado, 29 de março de 2014

Cabaré



Vislumbro na fachada a luz vermelha
E varo a sala na total penumbra
Encaro a mísera mulher na sombra
E bebo o álcool que me dá na telha.

O velho atendente aconselha
A quenga que melhor as pernas abra
Que rale nos lençóis e bem de sobra
E pego a égua mor que a mão encilha...

Sozinho, sinto o frio do pensamento,
O seio de uma moça que não viste
Nudez, mas sem tremor nem sentimento

A china em desamparo não resiste.
O corpo abandonado sem lamento,
Deixado o amor sem preço a e a carne triste!


Francisco Settineri.

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