sábado, 22 de março de 2014

Hera



Eu lanço a ela o meu olhar faminto
E a moça impenitente já se cala;
Nem mesmo a face esplêndida se abala
Por mais que seja forte o amor que eu sinto!

Irrompe a lava do vulcão extinto
E o corpo já se mostra como em gala
Como se o céu pudesse me entregá-la
Às cores de uma tela em que eu a pinto.

Sucedem-se tremores nessas eras
Nas ruas e nos montes escarpados.
Renasce a lira por detrás das heras

E o pio da bela ave aos descampados
Ensina a todos mais o quanto eras
E deixa os corações atormentados!


Francisco Settineri.

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