Ancas
esculpidas em mármore de Páros
Olhos
que se abrem em oblíquas amêndoas
Mãos
tão delicadas como o ar levando-as
No
doce gesto a evocar perfumes raros...
E
fico tolo a imaginar sentidos caros
Desvairadas
cartas de amor te invejo lendo-as
Rubras
maçãs do rosto desse sangue vândalas
Enquanto
o teu vigor anda em outros preparos.
De
ti eu só espero a rude indiferença
Dos
versos apaixonados que só eu li.
Ignoras
de um só golpe toda a mi'a presença:
Na
solidão que hoje eu sinto frente a ti
Mesmo
o marido só se engana quando a pensa
E
só eu sei que um deus criou-te só para si!
Francisco
Settineri.
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