segunda-feira, 31 de março de 2014

Florbela



Ancas esculpidas em mármore de Páros
Olhos que se abrem em oblíquas amêndoas
Mãos tão delicadas como o ar levando-as
No doce gesto a evocar perfumes raros...

E fico tolo a imaginar sentidos caros
Desvairadas cartas de amor te invejo lendo-as
Rubras maçãs do rosto desse sangue vândalas
Enquanto o teu vigor anda em outros preparos.

De ti eu só espero a rude indiferença
Dos versos apaixonados que só eu li.
Ignoras de um só golpe toda a mi'a presença:

Na solidão que hoje eu sinto frente a ti
Mesmo o marido só se engana quando a pensa
E só eu sei que um deus criou-te só para si!


Francisco Settineri.

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