quinta-feira, 1 de maio de 2014

Insânia



Eu faço o meu soneto calmamente
Não escondo minha cabeça de avestruz
Degusto uma tigela de cuscuz
Pra não ficar fraquinho e doente.

Mas conto os versos laboriosamente
E saio na avenida de capuz
As letras eu as cato à meia-luz
E nada me assoberba, eu sou prudente!

Nas ruas eu já vejo sempre homens
E anoto em meu bloco um sumário
Eu tinha um vizinho lobisomem,

Trabalho e quase não vejo salário
Pois quando vão aos céus pesadas nuvens
Os vices quase versam ao contrário...


Francisco Settineri.

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