sábado, 16 de junho de 2012

Soneto da Bela Indiferente



Saudade invade e sai-me um longo pranto
E amo a quem não ama à revelia...
Seria apenas, pois, vil covardia
Poupar a vida amarga deste encanto.

Eu varo a madrugada feita espanto
Mas nego a me entregar a essa sombria,
E feia flor, enegrecida ao dia:
Despeito não faz parte do meu canto!

Teu universo jaz, e eu sigo à frente
No mar de luz, do qual eu aproveito
O brilho de um olhar indiferente:

A graça desse andar, e um raro jeito
Que a tanto me nascer, não sai da mente,
Poema de amor que já nasce feito!


Francisco Settineri.

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