Eu trago em mim um deus que chora e dança,
Entrega-se a cantar, sem amargura
E, mesmo ao luar, quando a tortura
Da pura sombra triste da lembrança
É aquela em cujos braços fui criança,
Agora a habitar desfeita jura...
Talvez se tu soubesses como é pura
A paz do meu amor, que é sempre mansa,
Quiçá tu me tirasses do degredo,
Livrando na minh’alma o meu divino
Olhar que se apascenta no arvoredo,
No encontro dos teus braços o destino...
Quedado em teu olhar o teu segredo,
Persigo o meu sonho peregrino!
Francisco Settineri.
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