quarta-feira, 10 de junho de 2020

ATLÂNTICA



Não deixes conter no rosto o teu amar,
A lucidez da alegria é sempre infinda,
O sal em tua lágrima vem do mar.

Mesmo que o tolo desdenhe o teu olhar,
Tua íris, menina, continua linda.
Não deixes de conter no rosto o teu amar.

Esse frouxo, que é incapaz de te inspirar
A poesia, tropeça na berlinda
E o sal em tua lágrima vem do mar...

Mas o néscio, ao acabar de desabar
Nesse buraco negro da noite finda,
Não deixa conter no rosto o teu amar.

Pois nada no mundo viria a domar
O fragor destas ondas em sua vinda,
O sal em tua lágrima vem do mar.

E assim,  morena, teu colo a embalar
Minha cabeça, das trevas oriunda,
Não deixes conter no rosto o teu amar,
O sal da tua lágrima vem do mar!

.
Francisco Settineri.

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