CONTRAPONTO

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Deixa, deixa o teu olhar que me alimente
Não remendes tua vida num confronto,
Jamais deixarei o corpo pra semente.
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Serás, para o meu corpo, o poente
E que deixes, para mim,um belo conto,
Deixa, deixa o teu olhar que me alimente!
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Eu, sem tua presença, ficarei doente,
Serei, bem mais que um louco, e sim um tonto,
Jamais deixarei o corpo pra semente.
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Deixarei, sim, deixarei que se apresente
O teu olhar, gracilinda, sem desconto,
Deixa, deixa o teu olhar que me alimente.
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O dente que me morde, uma vez ausente,
não me deixará cantar em contraponto:
Jamais deixarei o coro pra semente.
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Então, menina, que te tornes presente,
O teu olhar, docibela, sem desconto.
Deixa, deixa o teu olhar, que me alimente,
Jamais deixarei o corpo pra semente!
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Francisco Settineri.