quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Retrato



Encontro tanta paz em tua nobreza,
Na altaneira seiva do teu viço,
Em teu amor, a grande fortaleza,
E um tom de voz que é, antes, o feitiço.

Mas nunca falta porte à tua beleza,
E ao olhar, que se acha a seu serviço,
Captura dos sentidos, na pureza
Guardada só por ti, em zelo castiço.

Mas, veja! Ao claro olhar nada é postiço
E eu flagro nua, em toda a inteireza,
A minúcia que se furta ao noviço:

O esplendoroso vigor da certeza,
Calculado baixar d’olhos, submisso,
E um doce veneno, servido à mesa!



Francisco Settineri.

Um comentário:

kiro disse...

Uau...

Poema cativo nas linhas que desenhas
e desembainhas lançando-o ao mundo
Espada reluzente ao desmazelo...

Nele, meus pensamentos se condensam!!!

Muito lindo...

Beijos ♥

O SOM DO SILÊNCIO

.   Fim da tarde, o sol se esconde, E, por fim, a lava escorre Deste Etna que não morre, E que vai não sabe onde... . O fogo parece fronde. ...