Quando escrever, que seja como dança,
Na qual se enlaçam, em longos compassos,
O ser mais alegre de uma criança
E a mansa velhice, vincada em traços.
Eu não quero a paz de um amor discreto,
Nem a dolência, na noite enfadada.
Senão, perco a paciência e vou direto
Pro escuro centro da mata encantada,
É sempre interessante ir ao fundo.
Quanto mais cambaleia e mostra a face,
Mais grita pros céus e se abraça ao mundo,
Aí que se aguarda o seu desenlace
De poema de bardo, bem vagabundo:
É sempre um verso novo que em mim nasce...
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