Nasci pro escuro sonho de uma ausência
Quando me olhei no céu do teu sorriso,
E se me vi lutar co’ essa premência,
Eu nunca fiz as vezes do indeciso.
Se tanto amei teus olhos de improviso,
Muito te quis pra mim, e sempre urgente,
Corrias, escapando sem aviso,
Fugias só de mim, tão insurgente.
E eu, que já exausto sobre a areia,
Penava, em tua ausência embaraçada,
Colho-te, em pleno mar, numa cadeia...
Tu paras de fugir, descompassada,
E vens, com esse teu jeito de sereia,
Bem presa em minha rede, amordaçada.
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