A
metáfora agarrada pelo pescoço
Não
tem mais o que dizer, língua de fora
E
a vontade de escrever não vai embora
E
eu, logo eu, bem comportado, um bom moço!
A
métrica foi-se embora pras cucuias
Atiro
as metonímias aos jacarés
Eu
deixo os haicais pros zé-manés
E
tasco a metalepse de imbuia!
Invento
um novo tipo de poema
Rascunhos
e rascunhos e rascunhos
Eu
dou à poesia um novo cunho
E
faço do poema um problema...
Navego
pelo oceano dos sentidos
Sem
nada encontrar que tenha senso
Embora
o vate seja bem propenso
A
dar uma migalha aos desvalidos.
Isto
posto, acordo às 4 da madrugada
E
aparo bem a grama da memória
Esqueço,
enfim, daquilo que é história
E
beijo a foto, a linda namorada!
Francisco
Settineri.
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